O presidente do BC disse que “várias coisas ao mesmo tempo” determinam esse cenário. Do lado externo, ele disse que há fatores novos e citou a alta da curva de juros dos Estados Unidos e percepções sobre a mudança do modelo de crescimento da China.

Questionado sobre a chance de o BC, em sentido contrário, reduzir o ritmo de aperto monetário à frente, Campos Neto afirmou que está cedo para falar em um movimento de corte menor, ressaltando que essa é uma questão avaliada em todas as reuniões do Copom e que é necessário monitorar a incerteza no ambiente externo.

Seus comentários vieram depois de o BC ter cortado os juros de 13,25% para 12,75% na semana passada, com a sugestão de que repetirá a mesma dose de flexibilização da Selic nas duas reuniões de política monetária restantes deste ano.

Na entrevista, Campos Neto enfatizou que o BC não está confortável com o fato de as expectativas para a inflação nos próximos anos estarem acima do centro da meta. Ele afirmou que o BC persegue a meta “sempre”.

O presidente do BC disse ainda que, no atual momento de incerteza, não haveria ganho se a autoridade monetária indicasse o tamanho previsto para seu ciclo de corte nos juros. Segundo ele, se o cenário ficar mais claro “em algum momento”, o BC poderia passar a apresentar essa sinalização.

Em relação às divergências nos debates da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, argumentou que o colegiado segue unânime em sua visão sobre a estratégia para a política monetária.

Fonte: UOL