O que aconteceu
Falas de presidente do BC dos EUA reforçaram apostas de corte nos juros. Jerome Powell, presidente do Fed (Federal Reserve), disse hoje que a autoridade não precisa agir com “pressa” e que a inflação está “na direção correta”. As declarações alimentaram as expectativas do mercado de que o início do ciclo de cortes nos juros americanos está próximo.
Dados da indústria americana também contribuíram para a queda do dólar. O índice de atividade industrial (PMI, na sigla em inglês) ficou em 46,7 em novembro, mantendo-se abaixo de 50 pelo 13º mês consecutivo, o que indica contração no setor. Economistas consultados pela Reuters previam que o índice subiria para 47,6.
Mesmo com o recuo de hoje, a tendência é que o dólar volte a subir. O movimento de valorização do dólar é normal nesta época do ano — momento em que empresas e fundos costumam ter maior demanda pela moeda americana conforme se preparam para enviar remessas de recursos para o exterior.
No Brasil, Braskem tem forte queda em meio à alta do Ibovespa. As ações da empresa desabaram 6,17%, puxadas pelos temores de que mais bairros podem afundar em Maceió, explica Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital. Segundo a Defesa Civil, a área ao redor de uma mina da Braskem na capital alagoana está afundando 2,6 cm por hora.
A frase [de Powell] de que a inflação está na direção correta causou impacto forte no fluxo financeiro hoje, e, com a virada de página do mês, o mercado voltou a se moldar e responder às expectativas em relação ao diferencial [de juros entre Brasil e EUA].
Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital