O que aconteceu

Mercado repercute dados de inflação e do varejo dos EUA. O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) subiu 0,6% em fevereiro, depois de avançar 0,3% no mês anterior. Além disso, as vendas no varejo aumentaram 0,6% no mês passado, e os dados de janeiro foram revisados para baixo — passando de queda de 0,8% para 1,1%.

Números têm impacto direto sobre os juros americanos. Os dados divulgados hoje, porém, não alteraram as apostas de que o Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA) manterá sua taxa básica de juros inalterada na próxima reunião, que acontece na semana que vem. A maior parte do mercado segue na expectativa por um primeiro corte em junho.

Também foram divulgados dados do varejo no Brasil. As vendas de janeiro cresceram 2,5% ante dezembro, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Quanto às vendas no varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção, de veículos e de atacado alimentício, houve alta de 2,4%. Ambos os resultados vieram acima das estimativas colhidas pelo Projeções Broadcast.

Investidores se preparam para decisão sobre a Selic. Por aqui, é consenso que o Banco Central novamente reduzirá a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, para 10,75% ano. A reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) acontece nas próximas terça e quarta, mesmos dias do encontro do Fed nos EUA.

Acho que temos, em ambas as pontas, Brasil e EUA, indicadores que apoiam uma manutenção do diferencial de juros. Embora os dados locais aqui não mudem a percepção da trajetória da Selic, [os dados dos EUA] não suportam também uma manutenção por muito tempo dos juros lá fora.
Fernando Bergallo, da FB Capital, à Reuters

Fonte: UOL