Os auditores fiscais estão em greve desde o dia 20 de novembro. A categoria cobra a regulamentação de uma lei que instituiu o pagamento de um bônus de produtividade. Recentemente, os atos foram intensificados em portos, aeroportos e pontos de fronteira com foco nas cargas.
Na semana passada, o Sindifisco, sindicato que representa os auditores fiscais, fez reuniões no Ministério da Fazenda e, na quinta-feira, informou que o governo apresentou uma nova proposta para tentar dar fim à greve. Uma assembleia da categoria está marcada para esta semana. A Receita Federal não quis comentar.
CONSEQUÊNCIAS. Enquanto a categoria não decide, os efeitos da greve preocupam o setor privado. O ofício enviado pelo IBCI ao ministro da Fazenda afirma que “recentemente, o movimento grevista dos auditores fiscais da Receita Federal do Brasil vem afetando, de forma significativa, a liberação de cargas, tanto na importação, quanto na exportação”.
As entidades dizem que o atraso prejudica de forma “determinante” a atividade econômica do País, afetando não somente os operadores que tratam diretamente com exportações e importações, mas também pequenas empresas que têm operação no Brasil e são dependentes de componentes importados.
Segundo o IBCI e as associações, os prazos de desembaraços que demorariam normalmente até cinco dias atualmente estão levando mais de um mês. Dizem também que o acúmulo de cargas nos aeroportos, por onde passam encomendas e remessas internacionais, prejudica operações de marketplaces e plataformas digitais de comércio e resulta em um grande número de desistências e cancelamentos de compras.
O ofício ainda diz que muitas das importações represadas são destinadas à ampliação e modernização de infraestrutura. “Apesar dos esforços empreendidos pelos importadores, há perigo de desabastecimento de insumos estratégicos para a indústria e para o agronegócio, redundando em prejuízo expressivo para a economia”, diz o documento.