“Para melhorar seu fluxo de caixa, acreditamos que a MRV começou a atrasar as obras de alguns empreendimentos para melhorar seu desempenho de vendas, diminuindo assim o consumo inicial de caixa. Estimamos uma participação de 20% dos empreendimentos legados na margem bruta da MRV em 2024″, pontua o banco.
Um outro fator, de acordo com o Safra, se refere à perda financeira acima do esperado com vendas recorrentes de recebíveis. “Prevemos um adicional de R$ 1,3 bilhão em vendas de recebíveis ao longo do ano, gerando R$ 229 milhões em juros sobre cessões de crédito, gerando assim um prejuízo financeiro líquido de R$ 346 milhões, bem acima de nossa estimativa anterior de R$ 108 milhões.
O banco possui, também, estimativas mais baixas para as vendas da Resia – subsidiária da MRV nos Estados Unidos – em 2024 e 2025, seguindo o ambiente ainda baixista no mercado do país. “Desta forma, prevemos um lucro líquido moderado de R$ 16 milhões em 2024E, melhorando para R$ 111 milhões em 2025E”, acrescenta.
O Safra estima um P/L atraente de 5,1 vezes para 2025, 24% abaixo da média de 6,7 vezes de seus pares, ao mesmo tempo em que destaca a melhoria contínua no desempenho operacional da companhia nos últimos trimestres, o que deverá beneficiar seus resultados futuros.
“No entanto, 2024 ainda deve ser um período de transição, pois nem todos os desenvolvimentos lançados durante o aumento da inflação (2020-1º semestre de 2022) foram entregues, o que ainda pode pressionar o fluxo de caixa e a rentabilidade da MRV ao longo do ano”, ressalta.
O Safra manteve a classificação ‘outperform’, equivalente a ‘compra’, para as ações da MRV, com preço-alvo a R$ 11,80. A MRV divulga o balanço completo do quarto trimestre de 2023 no próximo dia 29 de fevereiro.